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Após reunião da ONU, países se preparam para luta em torno de combustíveis fósseis na COP28… – Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2023/09/25/apos-reuniao-da-onu-paises-se-preparam-para-luta-em-torno-de-combustiveis-fosseis-na-cop28.htm?cmpid=copiaecola

Por Valerie Volcovici e Kate Abnett

(Reuters) – Faltando dois meses para a cúpula COP28 da ONU, os países estão longe de conseguir reduzir as discordâncias entre os que exigem um acordo para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis que causam o aquecimento do planeta e as nações que insistem em preservar um papel para o carvão, o petróleo e o gás natural.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA, PERCEPÇÃO SOCIAL E GOVERNANÇA

A conferência COP28 em Dubai, programada para 30 de novembro a 12 de dezembro, é vista como uma oportunidade crucial para os governos acelerarem ações para limitar o aquecimento global, mas os países continuam divididos quanto ao futuro dos combustíveis fósseis — cuja queima é a principal causa das mudanças climáticas.


“A humanidade abriu as portas do inferno” ao aquecer o planeta, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em uma cúpula climática de um dia realizada paralelamente à Assembleia Geral da entidade, na qual ele lamentou a “ganância nua e crua” dos interesses dos combustíveis fósseis.

Outros países que produzem ou dependem de combustíveis fósseis enfatizaram o uso potencial de tecnologias para “reduzir”, ou seja, capturar suas emissões, em vez de acabar completamente com o uso desses combustíveis.

SEGURANÇA E TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Afirmando que “a redução gradual dos combustíveis fósseis é inevitável”, o novo presidente da COP28 dos Emirados Árabes Unidos, Sultan Al Jaber, disse à cúpula: “Ao construírmos um… – Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2023/09/25/apos-reuniao-da-onu-paises-se-preparam-para-luta-em-torno-de-combustiveis-fosseis-na-cop28.htm?cmpid=copiaecola
China, o maior consumidor de combustíveis fósseis do mundo, está entre os que sinalizam que pretendem continuar a usá-los por décadas.

GEOPOLITICA E ENERGIA / ORGANIZADO POR RONALDO GOMES CARMONA

Os Estados Unidos afirmaram que apoiam a eliminação gradual dos combustíveis fósseis “unabated” — ao mesmo tempo em que reconhecem planos de alguns países em desenvolvimento de investir neles no curto prazo — embora o enviado climático dos Estados Unidos, John Kerry, tenha questionado se as tecnologias de captura de emissões podem ser ampliadas com rapidez suficiente.

Embora um pacto na COP28 para reduzir o uso de combustível fóssil não levaria a um abandono imediato do petróleo e do gás, a União Europeia e outros apoiadores afirmam que ele é vital para orientar as políticas e os investimentos nacionais, afastando-os da energia poluente.
“Não é que isso vá acontecer amanhã”, disse à Reuters a ministra do clima da Espanha, Teresa Ribera. “Mas precisamos garantir que estamos criando as condições para que isso seja possível.”

GUERRA DE PALAVRAS

Dadas as divisões sobre o futuro dos combustíveis fósseis desde que mais de 80 países pressionaram, sem sucesso, por um acordo sobre uma redução gradual na cúpula da COP27 do ano passado, os negociadores estão recorrendo a novas terminologias em busca de um compromisso.
No que em abril parecia ser um possível avanço, o Grupo dos Sete países mais industrializados concordou em acelerar a “eliminação progressiva dos combustíveis fósseis ‘unabated'”.

Ao inserir “inabatível” (sem abatimento) antes dos combustíveis fósseis, o compromisso visava apenas os combustíveis queimados sem tecnologia de captura de emissões.

Mas em julho, o compromisso fracassou, uma vez que o G20 — que inclui produtores de petróleo e gás como a Arábia Saudita e a Rússia.
O Ministro do Clima da Irlanda, Eamon Ryan, disse que a questão da eliminação gradual de todos os combustíveis fósseis ou apenas das emissões será provavelmente a questão mais complicada da COP28.

“Algumas pessoas temem, com razão, que isso possa ser apenas uma carta branca para continuar a exploração de petróleo, gás e carvão”, disse Ryan à Reuters, sobre o debate em torno da tecnologia de captura de emissões.

A GEOPOLÍTICA DA ENERGIA NO SÉCULO XXI

Grupos do setor de petróleo e gás, como o American Petroleum Institute, afirmaram que o mundo precisará de tecnologias para fornecer “mais energia com menos emissões”

Na União Africana, alguns governos acusaram o Ocidente de hipocrisia por usar argumentos climáticos para por usar argumentos climáticos para recusar o financiamento de projetos de combustível em países em desenvolvimento, enquanto continuam a queimar combustível em seus países.

O chefe da Agência Internacional de Energia disse este mês que a demanda por carvão, gás e petróleo atingirá seu pico até 2030, à medida que a capacidade de energia renovável cresce.
“Deixe de lado o risco climático. Agora há um risco comercial”, disse Fatih Birol em um evento organizado pela Fundação Rockefeller. Ele pediu aos países que parem de fazer novos investimentos em carvão, petróleo e gás.
Os comentários provocaram a ira da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que contestou as projeções de Birol por não incluírem as possibilidades de captura de emissões e descreveu como “perigoso” seu pedido de fim de novos investimentos

A Aliança de Pequenos Estados Insulares, cujos membros enfrentam tempestades causadas pelo clima e perda de terras devido à elevação dos mares, quer a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e o fim dos 7 trilhões em gastos anuais dos governos para subsidiar combustíveis fósseis.

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