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Atratividade do setor mineral brasileiro (por Enio Fonseca)

Enio Fonseca

A atratividade do setor mineral e os desafios para se tornar uma atividade cada vez mais responsável e sustentável são objeto de um estudo do Instituto Brasileiro de Mineração, IBRAM (https://www.ibram.org.br/), elaborado em parceria com a Consultora Ernest Young, EY (www.ey.com/pt_br), lançado em junho, na cidade de Belo Horizonte, que pode ser visualizado pelo link abaixo:

https://www.ey.com/pt_br/mining-metals/a-atratividade-do-setor-mineral-brasileiro

A publicação aborda temas relevantes para a atualidade da mineração nacional como a necessidade de investimento em pesquisa mineral, em especial para os minerais críticos para transição energética; a descarbonização; o licenciamento ambiental e social, entre outros, sendo que transcrevemos de sua apresentação o seguinte:

“O Brasil tem destaque global como um país de abundantes riquezas naturais e potencial para atividades que fomentem o desenvolvimento econômico e territorial.

A ampla variedade e disponibilidade de recursos minerais, essenciais para a transição energética, coloca o país em uma posição vantajosa para atender à crescente demanda por minerais necessários para tecnologias limpas e infraestruturas sustentáveis.

Expõe ainda o quadro holístico de um setor que segue se reinventando e inovando para cumprir com as expectativas associadas a uma mineração responsável para com o desenvolvimento territorial, as comunidades e a descarbonização, ao mesmo tempo em que se mantém atento à crescente demanda por minerais para a nova economia.

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Durante o evento de lançamento Alexandre Valadares Mello, diretor de Assuntos Associativos e Mudança do Clima do IBRAM, afirmou que:

“A crescente busca por minerais e metais produzidos de maneira mais limpa e sustentável apresenta novas oportunidades de negócio, uma vez que os clientes estão dispostos a investir mais em tais produtos. Investir na redução de carbono e na reciclagem de produtos também são apostas do setor”.

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Já Afonso Sartorio, Líder de Energia e Recursos Naturais da EY pontuou que:

“A mineração desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico do Brasil, contribuindo significativamente para a geração de empregos, arrecadação de receitas e equilíbrio da balança comercial. Esta atividade é vital para a infraestrutura e a economia do país, fornecendo os recursos necessários para inúmeras indústrias¨.

O Setor mineral Brasileiro tem previstos US$ 64,5 bilhões em investimentos até 2028, possuindo reservas de inúmeros minerais estratégicos, que estão entre as maiores do mundo, o que coloca o Brasil na dianteira da corrida global pelo fornecimento de metais e insumos críticos para a transição energética.

O Brasil possui mais de sete mil empresas de mineração instaladas, incluindo grandes nomes da mineração nacionais e internacionais, se destacando no cenário global, entre outros motivos, pelo tamanho de suas reservas e produção. O minério de ferro é a segunda maior reserva do mundo, sendo que o país aparece no ranking dos maiores em nióbio, grafita, terras raras, manganês e níquel.

Muitos desses minerais terão demanda global crescente com a transição energética, abrindo novas oportunidades para o setor. Carros elétricos, por exemplo, tem quase seis vezes mais quantidade de minerais críticos, cerca de 200 quilos, que os automóveis com motores a combustão. Estruturas solares e de geração eólica também levam esses insumos. Conforme o estudo, enquanto a demanda global de lítio pode crescer até 42 vezes até 2040, a de grafita deve subir 25 vezes e a de terras raras mais de 7 vezes.

Mas o Brasil precisa estar preparado, do ponto de vista da oferta, para atender a esse mercado.

O plano de investimentos do setor é robusto, e está apenas em linha com o que se vê em outros países mineradores, mas é preciso ser mais ousado verificado as potencialidades e pretensões que o país tem nesse segmento.

O Estudo conclui que o Brasil tem aspectos positivos relevantes, bem como pontos de atenção, para aproveitar todo o seu potencial no setor de mineração.

Os aspectos positivos são:

  • Pegada de energia limpa traz vantagem competitiva em uma economia de transição energética.
  • Benefícios potenciais à medida que os blocos comerciais aumentam como estratégia geopolítica.
  • Potencial significativo de soluções baseadas na natureza como alternativas para o desenvolvimento social.
  • Maior disponibilidade de mão de obra de mineração em comparação com outras regiões de mineração.
  • Comparativamente, maior estabilidade macroeconômica e regulatória para planejamento
  • Indústria madura e mercados internos robustos.

Os pontos de atenção são:

  • Gargalos de infraestrutura.
  • Prazos de licenciamento ainda representam um desafio a ser superado.
  • Riscos de regimes fiscais mais elevados no setor podem afetar projetos.
  • Conhecimento geológico limitado prejudica o potencial de novos investimentos.
  • Necessidade de fortalecer agências reguladoras e institutos setoriais.
  • Políticas de longo prazo entre governos e setor privado para investimentos.

Conclusão

O Brasil precisa ser mais ousado e explorar seu potencial no setor mineral, alinhando-se às tendências globais e investindo em inovação e sustentabilidade para se manter competitivo no mercado internacional.

Enio Fonseca

CEO da Pack of Wolves Assessoria Socioambiental, foi Superintendente do Ibama, Conselheiro do Copam MG, Superintendente de Gestão Ambiental do Grupo Cemig, Gestor de sustentabilidade da Associação Mineradores de Ferro do Brasil (AMF). Membro da ALAGRO.Profissional Senior em Gestao Ambiental, membro do Conselho Editorial e colunista do Canal Synergia

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