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PDAC 2024. Um dos maiores eventos de mineração do mundo aconteceu este mês no Canadá

Enio Fonseca

A Associação de Prospectores e Desenvolvedores do Canadá (PDAC)  é a principal voz da comunidade de exploração e desenvolvimento mineral, uma indústria que apoia 719.000 pessoas em empregos diretos e indiretos e contribui com US$ 106 bilhões para o PIB do Canadá todos os anos. Representando mais de 6.000 membros em todo o mundo, o trabalho do PDAC centra-se no apoio a um setor mineral competitivo, responsável e sustentável.

A convenção 2024 aconteceu em Toronto, entre os dias 3 e 6 de março,  sendo um evento mundial focado na exploração mineral e mineração do Canadá, tendo reunido 30.000 participantes de mais de 130 países para sua programação educacional, eventos de networking, oportunidades de negócios e turismo, tendo recebido mais de 1.100 expositores e 700 palestrantes.

A Missão Brasileira no PDAC 2024 foi coordenada pela  Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB),com o objetivo de apresentar aos representantes de empresas e investidores internacionais interessados ​​em iniciar atividades no setor mineral brasileiro, os recentes avanços na legislação mineral brasileira, com as melhores práticas e meios para obter sucesso e minimizar riscos; além de estabelecer contato com órgãos governamentais de outros países, possibilitando interação que poderá ser utilizada em futuras parcerias e projetos cooperativos; e dotar as empresas, entidades e instituições públicas patrocinadoras do apoio e infraestruturas necessárias aos contatos comerciais e à realização de negócios.

Dentre as instituições brasileiras que estiveram no evento, o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) discutiu a projeção de investimentos no setor mineral do Brasil e sua relevância no mercado global em uma mesa-redonda promovida pela Bolsa de Toronto, durante a PDAC 2024.

De acordo com o site do IBRAM, seu diretor de Sustentabilidade do IBRAM, Julio Nery, compartilhou dados compilados para um período de 5 anos, quando afirmou:

“Os investimentos na mineração devem crescer de US$ 50 bilhões (2023 a 2027) para US$ 64,5 bilhões (2024 a 2028). Esse aumento reflete o interesse do mercado no potencial do nosso país nesse setor”.

Ele acrescentou que essa perspectiva pode ser ainda mais promissora se expandirmos o mapeamento geológico em escalas adequadas à mineração industrial, pontuando ainda:

“O Brasil precisa explorar mais o seu solo e subsolo. Atualmente, apenas 27% do território está mapeado na escala 1:100.000, e somente 3% na escala 1:50.000. O conhecimento limitado nessa área não favorece os investimentos estrangeiros”, reforçou Julio.

O representante do IBRAM também abordou as estratégias de governança social, ambiental e corporativa, conhecidas pela sigla ESG.

“No Brasil, temos visto um grande empenho nesse sentido por parte do Instituto e das empresas de mineração associadas desde 2019. Mantemos 12 grupos de trabalho que se reúnem anualmente para aprimorar as melhores práticas setoriais em ESG. Os investidores estão cada vez mais interessados em aplicar seus recursos em indústrias que apresentem perspectivas positivas alinhadas a esse tema”, concluiu.

Também a “Segurança de barragens e a busca pela sua evolução no setor mineral brasileiro foram debatidos pelo diretor Julio Nery do IBRAM.

Segundo o diretor do IBRAM, este tema é de fundamental importância para o setor e, nos últimos anos, exigiu um esforço coletivo para evidenciar no território brasileiro boas práticas internacionais relacionadas à segurança de barragens na mineração. “Os métodos de monitoramento e a implantação de medidas de segurança pelo setor mineral brasileiro avançaram consideravelmente nos últimos anos.  E, da mesma forma, a legislação também acompanhou este processo de evolução e se tornou ainda mais rígida”, afirmou.

Julio Nery explicou que as empresas vão além e uma das ações lideradas pelo IBRAM e seus associados é a implementação, tradução e adaptação do Towards Sustainable Mining/ Rumo à Mineração Sustentável – TSMBrasil, ferramenta de autorregulação desenvolvido pela Mining Association of Canada/Associação de Mineração do Canadá (MAC).

Enio Fonseca
CEO da Pack of Wolves Assessoria Socioambiental, foi Superintendente do Ibama, Conselheiro do Copam MG, Superintendente de Gestão Ambiental do Grupo Cemig, Gestor de sustentabilidade da Associação Mineradores de Ferro do Brasil (AMF), membro do IBRADES. Profissional Senior em Gestao Ambiental, membro do Conselho Editorial e colunista do Canal Synergia.

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